terça-feira, maio 5

Vou dar um time no meu clock


Pelo menos aqui Fiz dele, a maior parte do tempo, um instrumento para exorcizar meus fantasmas. Uma terapia, meio gauche, mas funcionou pois eles se foram e com eles, a vontade de ir à cata de poesias diariamente.
Sumiram causa e efeito!
Continuarei visitando os tantos blogs de poetas que conheci na blogosfera durante este tempo, of couse. Mas apenas para ler.
Aproveito para agradecer as centenas de visitas que recebi e dizer também que manterei meus blogs FOTOS&FOTOS e PAPOS SOBRE ARTE.

A partir de agora espero todos, então, por lá!!
Beijo carinhoso e mais uma vez obrigada.

sexta-feira, maio 1


É sempre bom lembrar
Que um copo vazio
Está cheio de ar.

É sempre bom lembrar
Que o ar sombrio de um rosto
Está cheio de um ar vazio,
Vazio daquilo que no ar do copo
Ocupa um lugar.

É sempre bom lembrar,
Guardar de cor que o ar vazio
De um rosto sombrio está cheio de dor.

É sempre bom lembrar
Que um copo vazio
Está cheio de ar.
Que o ar no copo ocupa o lugar do vinho,
Que o vinho busca ocupar o lugar da dor.
Que a dor ocupa metade da verdade,
A verdadeira natureza interior.

Uma metade cheia, uma metade vazia.
Uma metade tristeza, uma metade alegria.
A magia da verdade inteira, todo poderoso amor.
A magia da verdade inteira, todo poderoso amor.

É sempre bom lembrar
Que um copo vazio
Está cheio de ar.

Copo vazio Chico Buarque

quarta-feira, abril 29

Minha coleção de gatos está no nº 7. Número cabalítico, diga-se de passagem. Não sei se foi por este motivo que eu ainda não fui à cata do 8º. Meus preferidos? O dorminhoco e a branquinha, lá no fundo, olhando para o alto. (que os demais não me ouçam, claro, para não ferir suscetibilidades...)




segunda-feira, abril 27


olho nu


corto e recorto
personagens eu colo
um pós o outro
nessa realidade
absurda e convencida
que me olha nos olhos
todos os dias
conteúdo inválido
senhas erradas
pistas, rotas, trovões
e tudo
mero deja vu
e sigo
desenhando sol no papel
vejo fitas ao dormir.


aline do Blog de 7 Cabeças

sábado, abril 25

Foto: Pixdaus



até o céu se derrete


enquanto você


se diverte


cometas


à espreita


confeitos


confetes


humores celestes


o tempo teti a teti


com quem lhe compete


junte os pontos


complete


cada copérnico tem


o galileu


que merece


o que lhe parece


lua de cera


estrela tieti


até o céu se diverte


enquanto você



se derrete



arrudA






sexta-feira, abril 24

Foto: Henri Cartier-Bresson



Perfil2

o corpo dele era um potro
o rosto e as faces tantas
quanto o peito desejasse

acordava antes do rastro e
à luz do astro mais rude
se alastrava pelo dia

Adelaide Amorim



quarta-feira, abril 22


Adoro esse olhar blasé
que não só já viu quase tudo
mas acha tudo tão déjà vu mesmo antes de ver.

(Antonio Cicero)

Postado por Alice Ruiz no Haikais e poesias



terça-feira, abril 21

Madame Sarkozi chante L'excessive





Je n'ai pas d'excuse,
C'est inexplicable,
Même inexorable,
C'est pas pour l'extase, c'est que l'existence,
Sans un peu d'extrême, mais est inacceptable,

Je suis excessive,
J'aime quand ça désaxe,
Quand tout accélère,
Moi je reste relaxe
Je suis excessive,
Quand tout explose,
Quand la vie s'exhibe,
C'est une transe exquise

Y'en a que ça excède, d'autres que ça vexe,
Y'en a qui exigent que je revienne dans l'axe,
Y'en a qui s'exclament que c'est un complexe,
Y'en a qui s'excitent avec tous ces "X" dans le texte

Je suis excessive,
J'aime quand ça désaxe,
Quand tout accélère,
Moi je reste relaxe
Je suis excessive,

Quand tout explose,
Quand la vie s'exhibe,
C'est une transe exquise, (oui).
Je suis excessive,
J'aime quand ça désaxe,
Quand tout exagère,
Moi je reste relaxe
Je suis excessive,
Excessivement gaie, excessivement triste,
C'est là que j'existe.
Mmmm, pas d'excuse ! Pas d'excuse !





domingo, abril 19


dentro de mim
minas
todos os meus esconderijos
e um desejo de ser garimpada


Mary do blog de 7


sexta-feira, abril 17


se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. não sei se fico
ou passo.

sei que canto. e a canção é tudo.
tem sangue eterno a asa ritmada.
e um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.


Cecília Meireles.





terça-feira, abril 14

R$ 99,90


use amanhã
o impossível
de ontem

futuro com cheiro
de passado
oferta de ocasião

pelo clima
não desista
vista a capa
da revista

fim de estação
felicidade
a preço de liquidação

Alice Ruiz

sábado, abril 11

Por enquanto, só imagino como é a sacada, com este cata-vento




...mas não demora muito vou ver este visual ao vivo e a cores.
Aliás, a postagem foi feita para mim.Olhem aqui
Milão e as pessoinhas queridas da Via Giovanni Spadolini estão me aguardando!
oba!!!!!!!!!

sexta-feira, abril 10

Mais um mimo para o meu cantinho


Ganhei da Lunna
do blog acqua.
Mais um, aliás, vindo dela. Muito obrigada Lunna!

Estou passando o selo para

Fernanda Leturiondo

Márcia(clarinha)

Nuvem

Laurah

e

Cynthia Lopes

quinta-feira, abril 9


Eu já me perguntei se o tempo poderá realizar meus sonhos e desejos,
será que eu já não sei por onde procurar
ou todos os caminhos dão no mesmo
e o certo é que eu não sei o que virá
só posso te pedir que nunca se leve tão a sério
nunca se deixe levar,
que a vida é parte do mistério,
é tanta coisa pra se desvendar
(TODOS OS CAMINHOS - Lenine)

Photo: in my hometown

quarta-feira, abril 8


As dores são exclusivas e singulares - mesmo que venham tantas outras que da primeira nem lembremos mais - a cada uma morremos.
As lembranças idem.


terça-feira, abril 7

Apolo Zero

Tela: Spellbound - Salvador Dali/1945

A vez primeira
em que pisei tua poeira
pensei ser só um pequeno passo,
sem maiores possibilidades...

mas foi um gigantesco salto pra eternidade!

Moacir do Blog de 7 Cabeças

segunda-feira, abril 6

Para quem como eu gosta de História...





Vem aí a 3ª temporada dos TUDORS. As duas primeiras temporadas que foram apresentadas no canal Poeple&Art já estão em dvd e em Porto Alegre, você só encontra na Espaço Video. Nem se canse procurando em outras locadoras. Com ficção ou não, dá para ter uma idéia de como se se manipula e se conspira maquiavelicamente nos bastidores do poder. Recomendo,vale a pena! Mesmo que seja somente para ver um desfile sem fim de gente bonita. E bota bonita nisso!!!

domingo, abril 5

Ela continua por aqui...




Para alegria de todos. Até quarta-feira.
Mas eu vou ao encontro deles logo, logo!


sexta-feira, abril 3

Só hoje

Foto: Gilbert Garcin

[...]

Hoje eu preciso ouvir
qualquer palavra tua
qualquer frase exagerada
que me faça sentir alegria
em estar vivo


[...]

Jota Quest

quinta-feira, abril 2

MPB4 - A Lua

Ao visitar o blog de Cynthia Lopes, dei com esta preciosidade dos bons tempos da MPB. Para não repetir o mesmo video, vai este daí especialmente para Tina do Blue Moon





A lua
Quando ela roda é nova
Crescente ou meia-lua
É cheia
E quando ela roda minguante e meia
Depois é lua novamente
Bis
Quando ela roda é nova
Crescente ou meia-lua
É cheia
E quando ela roda minguante e meia
Depois é lua nova
Mente quem diz que é lua velha
Mente quem diz
Que a lua é velha

(Renato Rocha)




quarta-feira, abril 1

Meio a meio


do que se reparte
amor
prazer
arte
é o que persiste

do que se divide
só o meio a meio
resta inteiro

o resto
não resiste


Alice Ruiz

sábado, março 28

Porto Alegre - 237 anos

Porto Alegre completou 237 anos nesta última semana. Minha homenagem a ela que me acolheu e onde aprendi a ser gente grande. Aliás, estou tentando até hoje...



  • Uma canção para uma cidade muito amada

Nós somos nossos sonhos
e as lembranças que nos
seguem.

Nossa cidade é um porto
e tornamos este porto mais
alegre.

Nós somos essas ruas,
banhadas de lua.

Esse pôr-de-sol
que se entrega às águas
num explendor de paixão.

Nós somos essas vidas
cinza, alvores e canção.

Ah, cidade dos meus amores,
ah, Porto Alegre estendida
à beira do rio
e em meu coração

Luiz Coronel

quinta-feira, março 26



Foto: PIXDAUS


noite de chuva
horas esperando
que o raio volte

Alice Ruiz




quarta-feira, março 25

Mar & Cia



de calmaria
a mar revolto
numa semana

se a sorte
não me engana
é você

quem me oceana



Múcio e
Rodolfo

terça-feira, março 24

Tela: Paul Cornell

Ausência, é esta transparência.
O tempo a tropeçar na janela
voando de telhado em telhado
de estrela em estrela. A própria Noite.

Júlia Moura Lopes - Portugal




segunda-feira, março 23

Foto: Zscolt Arkossy


Ontem, vendo um programa especial sobre Dina Sfat no GNT ouvi dela, entre outras coisas, que deveríamos saber nos despedir de alguns fatos da vida. Que isto seria importante. Mas que ao mesmo tempo, alguns deles poderiam conviver conosco porque nos dariam estabilidade.
Coincidencia é que confessei essa minha neura sobre o fato de não conseguir me despedir definitivamente de alguns acontecimentos do passado e que eles são imprescindíveis para continuar seguindo em frente com equiíbrio.


Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão

Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.

Carlos Drummond de Andrade



E Duda está por uma semana conosco, juntamente com papi&mami
Está linda, cresceu e muito falante. Só não está falando italiano, ainda.


domingo, março 22

A vez de "um tantinho de prosa" mas, com poesia enternecedora...


Enquanto houver poesia...‏

Recebi este texto de uma "amiga emprestada". Sim, emprestada pois de outra maneira dificilmente teria tido oportunidade de conhecê-la. Trata-se de Mirian, mulher de um amigo de Eduardo, meu sobrinho. Aliás, ele também se chama Eduardo e são amigos de longa data. Desde os tempos do Anchieta. Amigos e compadres. Além disto, ambos estão vivendo experiências parecidas. Estão, por força de trabalho - eles, além de tudo, trabalham na mesma empresa, vejam vocês!!! - longe do Brasil por um período. Eduardo e Mirian, lá no Oriente e Eduardo e Célia, no Velho Mundo.
Conheci Mirian, Eduardo e os pitocos Gabriel e Thiago en passant, nos eventos como aniversários ou encontros por acaso. A última vez que os vi foi no aniversário de 2 anos de Eduarda. Quando ela completou 3 anos, em set/2008, eles não foram pois estavam viajando.
Agora, encontro eles novamente, por conta do blog que Célia criou para ficar mais pertinho de nós e para nos contar o cotidiano que estão vivendo lá longe, no outro lado do mundo.


O caso do poema roubado
(O Globo)
***Por Cora Rónai - fotógrafa, jornalista, colunista de jornal e autora de livros e peças para crianças.


Há coisa de dois ou três meses apareceu, no portão do sítio, um pacote grande, embrulhado num saco de lixo preto. Ninguém viu quem trouxe.

Amanheceu e estava lá. Assim que foi notado, ficaram todos da casa, bípedes e quadrúpedes, muito cabreiros com a sua presença. Nos dias de hoje, ninguém vê com confiança ou simpatia pacotes grandes, embrulhados em sacos de lixo pretos.

Os cachorros cheiraram e latiram, os gatos mantiveram distância, o Dirceu olhou de longe, cutucou com uma vareta, chamou Mamãe. O conteúdo parecia ser duro, sólido, como madeira. Não era nada morto, com certeza. E não parecia ser bomba, muito embora ninguém da família tenha a mais remota idéia de como seja uma bomba, salvo pelo que se vê no cinema e nos desenhos animados.

Finalmente, depois de mais cutucadas e de muita hesitação, o pacote foi trazido para dentro, e aberto com o cuidado que a desconfiança recomendava.

Quando o conteúdo se revelou, surpresa total: Quem poderia imaginar que um poema roubado há 30 anos voltasse ao lar daquela maneira?!

Quando o sítio ficou pronto, em princípios dos anos 60, uma das primeiras providências dos meus pais foi espalhar pelo jardim e pela floresta uma dúzia de poemas. Papai os selecionava, Mamãe os pintava em tabuletas e ambos escolhiam juntos, com capricho, as árvores e os cantinhos onde seriam expostos.

Passear pelo sítio era como entrar numa pequena antologia sentimental.

Com o tempo, as tabuletas foram sumindo. Algumas queimaram junto com as suas árvores nos incêndios que, há alguns anos, eram comuns na região e que, apesar dos esforços do pessoal lá de casa, eventualmente atingiam partes do terreno. Outras foram vítimas do tempo. A maioria, porém, desapareceu sem deixar vestígios.

O poema devolvido chama-se "Casa antiga", foi escrito em 1964 por minha madrinha Cecília Meireles e dedicado a Nora e Paulo Rónai:


"Forrarei tua casa já tão antiga

Com um papel que imita as paredes de tijolo.

Ficará tão lindo como se estivéssemos na Holanda.

Forrarei tua casa assim, mas por dentro,

De modo que, longe de todas as vistas,

Será como se estivéssemos ao ar livre, no jardim.

E deixarei uma parede quebrada? Não uma porta, não uma janela:

Uma parede quebrada por onde passe um ramo de goiabeira

Carregado de flores e vespas.

Parecerá que estamos sonhando,

E estamos sonhando mesmo,

E parecerá que estamos vivendo,
E a vida não é mesmo um sonho impossível?"
........................

Dentro do pacote, junto com a tabuleta, veio um bilhete escrito em letra pouco cultivada, na folha arrancada de um caderno.

Dizia o seguinte:

"Quando era menino achei este quadro lindo, pelo poema. Peço perdão por ter roubado este quadro. Hoje me converti a Jesus e sinto necessidade de devolvê-lo. Sinto-me envergonhado pela minha atitude. Mas, era só um menino. Peço perdão a Deus e a vocês. E que vocês também consigam perdoar".

Não havia nome, assinatura, nada.

Ficamos com muita pena, pois teríamos gostado de conhecer e abraçar o menino antigo que roubou o poema, e o homem correto que o devolveu, passados tantos anos.

Mal sabe ele que nos deu um presente muito maior do que o que levou:

Um mundo onde crianças roubam poemas e adultos os devolvem é um mundo de beleza e de esperança.


Nós mesmos sentimos que o que fazemos é uma gota no oceano.
Mas o oceano seria menor se esta gota faltasse."
(Madre Tereza de Calcutá)



sábado, março 21


na
arrebentação
do mar
as ondas
arrebentam-me
e lavam
minh'alma



Mary





sexta-feira, março 20

João Pedro, de novo

Para dormir, como tantos outros bebês, ele precisa do paninho ou de um bichinho para ficar acarinhando até dormir. Às vezes, não dá pra resistir a uma fotinha rápida com o inusitado da cena como esta daí: a carinha enterrada no elefante, enquanto tenta dormir!




quinta-feira, março 19




Porque é que este sonho absurdo
a que chamam realidade
não me obedece como os outros
que trago na cabeça?

José Gomes Ferreira



terça-feira, março 17

Mexem comigo a forma como você fala,
A segurança que voce passa,
Os pensamentos que você permite.
[..]

Raphael Melo, publicado no MEGAZINE do jornal O GLOBO de hoje, 17/03/09







segunda-feira, março 16


quis a cor
em luz e tom
que fosse a cor você
só você, e não
a de qualquer amor

Bocgzon




domingo, março 15


[...]

eu que nada sei do universo
admiro o horizonte

ele não me mostra respostas
mas um infinito de possibilidades


Mary

sábado, março 7

SHE

Para lembrar o Dia Internacional da Mulher,
uma foto do site PIXDAUS



sexta-feira, março 6

Aviso aos navegantes:

A foto de Che Guevara, que ilustra minha postagem de ontem - uma poesia de Alice Ruiz - foi escolhida mais pelo cigarrillo do que pelo personagem. Costumo "casar" o tema com fotografia. Se dentre os visitantes, que aliás, prá minha satisfação são muitos, alguém se sentir ofendido a ponto de postar sua opinião anonimamente, baixando pau sobre minha postagem, farei o que fiz: deleto!
Se pensam o que pensam, assinem embaixo. Assumam suas opiniões. Daí, concordando ou não, mantenho aqui seus comentários.

quinta-feira, março 5



















Fantasia Cubana



Me gusta encender
el cigarrillo dese hombre.

Me gustaria encender la luz
para que yo
y todos vean
el hombre
y la luz que es ese hombre.

Pero,
me gustaria mucho más
encender
ese hombre.

Alice Ruiz

quarta-feira, março 4


Chegar,
Como brisa que atravessa a janela.
Soprando de leve,
As brumas do passado.
Chegar,
Como o barco.
Trazendo alegrias,
Após enfrentar as procelas sombrias.
Chegar,
Como a saudade.
Que bate,
De manso, no coração.
Chegar,
Como chuva, fininha,
Mansinha, criadeira,
Necessária e tão querida.
Ficar,
Nas lembranças do passado,
Nas estampas do presente,
A retratar nosso ontem no hoje.
Ficar,
Para sempre.
Na imagem nunca esquecida,
Dos que nos são tão queridos.
A vida,
É chegar e ficar,
Para sempre.
Vida nunca será partida.

Cecília Meireles




terça-feira, março 3

Foto: também do PIXDAUS

Quem anda no trilho,
é trem de ferro,
sou água que corre entre pedras:
Liberdade caça jeito.

Manoel de Barros

(Postado originalmente no blog da marcia/clarinha

segunda-feira, março 2

Foto: PIXDAUS

e assim
quando você
me perceber extinto

não me pergunte
como foi
nem como vou

trago na boca
esse buquê
de vinho tinto

passei
como um vento
que passou


domingo, março 1

Repetindo uma postagem antiga


ESQUECIMENTO


Então a memória nos trai

E a antiga vida principia a desaparecer.
Algumas palavras.
Alguns sons.
Alguns cheiros.

E tudo o que parecia indivisível
desvanesce por inteiro.

Então a lembrança nos distrai.

E as vozes não nos chamam mais.
E o futuro se reveste de paz.

E então
o passado não mais nos atrai.

E nem mesmo o presente.
(sente!)

E tudo é só bruma e névoa e esquecimento.
Pezinhos de crianças em calçada de cimento.

da cabeça de Moacir, do Blog de 7 Cabeças



sexta-feira, fevereiro 27

Eduarda




Em Outubro/2008. Atualmente, ela e seus papis estão lá, no Velho Mundo, e nós aqui, morrendo de saudades desta florzinha ímpar...

quinta-feira, fevereiro 26

Kriptonita


Sou forte
resisto a tudo

mas a você
cedo ou tarde
sempre cedo


J. R. Lima




sexta-feira, fevereiro 20


Renda-se, como eu me rendi.
Mergulhe no que você não
conhece como eu mergulhei.
Não se preocupe em entender,
viver ultrapassa qualquer
entendimento.
(Clarice Lispector)



quinta-feira, fevereiro 19


da próxima vez

não faça cerimônia

não deixe barato

da próxima vez

junte pedaço

por pedaço

me olhe por inteiro


sem embaraço


(arrudA)



quarta-feira, fevereiro 18

Foto: www.fenixdaluz.org/



Aquela foto tua,
os bilhetes que você me deixou
- inclusive aquele último, o de despedida,
os poemas que eu escrevi
pensando em você...

Eu queimei tudo

Botei fogo
em cada resquício
de nosso amor

Guardo as cinzas
até hoje
esperando que ressurja
fênix

J. F. de Souza

terça-feira, fevereiro 17

Nosso pimpolho está crescendo

LOVE ME 4EVER... e dá pra não amá-lo para sempre????



João Pedro, aos 3 meses e 10 dias.
( o que são essas mãozinhas?????)




segunda-feira, fevereiro 16


duas folhas na sandália

o outono

também quer andar

(leminski)




sábado, fevereiro 14

noves fora

o meu
amor é cego...

posso te provar
em braile?


Múcio do Blog de 7

quarta-feira, fevereiro 11

There Must Be An Angel



Foto: Obvious



No-one on earth could feel like this.
I'm thrown and overblown with bliss.
There must be an angel
Playing with my heart.
I walk into an empty room
And suddenly my heart goes "boom"!
It's an orchestra of angels
And they're playing with my heart.

(Must be talking to an angel)

No-one on earth could feel like this.
I'm thrown and overblown with bliss.
There must be an angel
Playing with my heart.
And when I think that I'm alone
It seems there's more of us at home.
It's a multitude of angels
And they're playing with my heart.


I must be hallucinating
Watching angels celebrating.
Could this be reactivating
All my senses dislocating?
This must be a strange deception
By celestial intervention.
Leavin' me the recollection
Of your heavenly connection.



Annie Lenox/Eurythmics

Para ver o clip clique:
AQUI



terça-feira, fevereiro 10


Virei a página, é certo.
Mas deixo a porta entreaberta para poder me esconder quando me perco de mim.
É lá que encontro meu prumo e onde consigo retomar novamente o leme de minha vida.

"Dentro de cada pessoa
Tem um cantinho escondido
Decorado de saudade..."

segunda-feira, fevereiro 9

Foto: Tiago Dall'Agnol
As despedidas

Nas despedidas
O mais doloroso é que
- tanto o que fica como o que vai embora -
Poem-se os dois a pensar:
"Meu Deus! quando é que parte o raio deste trem!"




[Mario Quintana; Velório sem defunto, 1990]

domingo, fevereiro 8

Foto: Pixdaus


Singularidade
.
duas alianças
num único dedo
nem singular
nem plural
a solidão é fractal

( J. R. Lima)

sábado, fevereiro 7

Sinto falta desta pitoca


Com sapinho ou sem ele, sinto uma falta danada da Eduarda.