quinta-feira, novembro 30

Espelho
















Sou prateado e exato.
Não tenho preconceitos.
Tudo o que vejo engulo no mesmo momento
Do jeito que é, sem manchas de amor ou desprezo.
Não sou cruel, apenas verdadeiro
—O olho de um pequeno deus, com quatro cantos.
O tempo todo medito do outro lado da parede.
Cor-de-rosa, malhada.
Há tanto tempo olho para ele
Que acho que faz parte do meu coração.
Mas ele falha.
Escuridão e faces nos separam mais e mais.
Sou um lago, agora.
Uma mulher se debruça sobre mim,
Buscando em minhas margens sua imagem verdadeira.
Então olha aquelas mentirosas, as velas ou a lua.
Vejo suas costas, e a reflito fielmente.
Me retribui com lágrimas e acenos.
Sou importante para ela.
Ela vai e vem.
A cada manhã seu rosto repõe a escuridão.
Ela afogou uma menina em mim, e em mim uma velha
Emerge em sua direção, dia a dia, como um peixe terrível.

(Sylvia Plath)
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No mistério do sem-fim
















Equilibra-se um planeta.

E, no planeta, um jardim,
e, no jardim, um canteiro;
no canteiro uma violeta,
e, sobre ela, o dia inteiro,
entre o planeta e o sem-fim,
a asa de uma borboleta

(Cecilia Meireles)
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quarta-feira, novembro 29

Olhar o mar
















não é o mesmo que velejar
Mas dá para viajar.

(Alice Ruiz)
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O relógio...





















marca 48 horas sem te ver
sei lá quantas para te esquecer

(Alice Ruiz em DESORIENTAIS)
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I've been searching...
















"I'm not the one to tell this world
How to get along
I only know that peace will come
When all the hate is gone
I`ve been searching...
for the dolphins in the sea
Sometimes I wonder do you ever think of me."
(Fred Neil - 'Dolphins') Posted by Picasa

terça-feira, novembro 28

River


















I wish I had a river
I could skate away on
I made my baby cry
He tried hard to help me
You know, he put me at ease
And he loved me so naughty
Made me weak in the knees
I wish I had a river
I could skate away on
I'm so hard to handle
I'm selfish and I'm sad
Now I've gone and lost the best baby
That I ever had
Oh I wish I had a river
I could skate away on
I wish I had a river so long
I would teach my feet to fly

(Joni Mitchell - voice - Madeleine Peyroux) Posted by Picasa

segunda-feira, novembro 27

Tarde em cinza

















Toda azalea
se arde em rosa

(Alice Ruiz em DESORIENTAIS) Posted by Picasa

Tem os que passam...
























e tudo se passa
com passos já passados
tem os que partem
da pedra ao vidro
deixam tudo partido
e tem, ainda bem, os que deixam a vaga impressão
de ter ficado
(
Alice Ruiz em VICE VERSOS
)
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domingo, novembro 26

Amo esse reino

















amo esse reino dos sonhos
onde você ainda cresce
essa luz nos meus olhos
onde você aparece
estar ainda viva
que assim a vida não te esquece
(Alice Ruiz) Posted by Picasa

Running from the storm

















The wind is up, and the sky is falling.
The thunder cracks, and the sea is rolling.
Wonder if we'll ever see tomorrow.
Ride with our backs to the wind, don't know if I'll make home again.
Running from the storm.
The sky is black, and the wind is howling.
The lightning strikes, and the sea is raging.
Wonder if we'll ever see tomorrow.
Turning our ships to the sun, this time there is no place to run.
Running from the storm. Posted by Picasa

segunda-feira, novembro 20

Som de Celo

















Você tem o dom
de pôr som de celo
onde havia gelo
quem dera tê-lo
você e teu dom
de transformar esse silêncio
num solo de celo
quem dera descobrir
teus zelos véu por véu
descobrir talvez um novo céu
e nele vê-lo
entre as estrelas
cobrir você
com meus cabelos
quem dera este celo
não fosse tão solo
quem dera você para sê-lo
(Walter Branco/Alice Ruiz) Posted by Picasa

domingo, novembro 19

Para sempre, Cervantes





















"..é o meu ofício e exercício andar pelo mundo endireitando tortos, e desfazendo agravos" (D.Quixote) Posted by Picasa

Flor é flor....





















mesmo que seja flor de bananeira! Posted by Picasa

sábado, novembro 18

Artistas urbanos


































...nem só de pichação vivem os muros de Porto Alegre... Posted by Picasa

sexta-feira, novembro 17

Onde o céu é mais bonito





















Atrás do arranha-céu tem o céu tem o céu
E depois tem outro céu sem estrelas
Em cima do guarda-chuva, tem a chuva tem a chuva,
Que tem gotas tão lindas que até dá vontade de comê-las

(Maracatu Atômico - Jorge Mautner) Posted by Picasa

A cidade
















A cidade não pára
A cidade só cresce
O de cima sobe
E o de baixo desce
(Chico Science) Posted by Picasa

quinta-feira, novembro 16

Mario Quintana


















No retrato que me faço
- traço a traço -
às vezes me pinto nuvem,
às vezes me pinto árvore...

às vezes me pinto coisas
de que nem há muita lembrança...
ou coisas que não existem
mas que um dia existirão...

e, desta lida, em que busco
- pouco a pouco -
minha eterna semelhança,

no final, que restará?
Um desenho de criança...
Corrigido por um louco!
(O auto retrato)
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(Foto: trabalho executado pelo grupo de artistas do "pelos muros" cujo blog consta no índice dos meus links)

quarta-feira, novembro 15

Pink

















Pink it´s my new obsession
Pink it´s not even a question
Pink on the lips of your lover,
causePink is the love you discover
Pink as the bing on your cherryPink ´
cause you are so very
Pink it´s the color of passion
`Cause today it just goes with the fashion
Pink it was love at first sight, yea
Pink when I turn out the light, and
Pink gets me high as a kite
And I think everything is going to be all right
No matter what we do tonight
(Aerosmith) Posted by Picasa

segunda-feira, novembro 13

Domingo no Parque





















( trabalhos dos índios no Briq da Redenção) Posted by Picasa

domingo, novembro 12

Juliana&João Artur
















Ainda que eu falasse a língua dos homens.
E falasse a língua do anjos, sem amor eu nada seria.
É só o amor, é só o amor.
Que conhece o que é verdade.
O amor é bom, não quer o mal.
Não sente inveja ou se envaidece.
O amor é o fogo que arde sem se ver.
É ferida que dói e não se sente.
É um contentamento descontente.
É dor que desatina sem doer.
Ainda que eu falasse a língua dos homens.
E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria.
É um não querer mais que bem querer.
É solitário andar por entre a gente.
É um não contentar-se de contente.
É cuidar que se ganha em se perder.
É um estar-se preso por vontade.
É servir a quem vence, o vencedor;
É um ter com quem nos mata a lealdade.
Tão contrário a si é o mesmo amor.
Estou acordado e todos dormem todos dormem todos dormem.
Agora vejo em parte. mas então veremos face a face.
É só o amor, é só o amor.
Que conhece o que é verdade.
Ainda que eu falasse a língua dos homens.
E falasse a língua do anjos, sem amor eu nada seria.
(Renato Russo)
Foto by Eduardo Kasper Posted by Picasa

sexta-feira, novembro 10

Something different...


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A rede

















Nenhum aquário é maior do que o mar
Mas o mar espelhado em seus olhos
Maior, me causa um efeito
De concha no ouvido, barulho de mar
Pipoco de onda, ribombo de espuma e sal

Nenhuma taça me mata a sede
Mas o sarrabulho me embriaga
Mergulho na onda vaga
Eu caio na rede
Não tem quem não caia

Às vezes eu penso que sai dos teus olhos o feixe
De raio que controla a onda cerebral do peixe

Nenhuma rede é maior do que o mar
Nem quando ultrapassa o tamanho da Terra
Nem quando ela acerta, nem quando ela erra
Nem quando ela envolve todo o planeta

Explode, devolve pro seu olhar
O tanto de tudo que eu tô pra te dar
Se a rede é maior do que o meu amor
Não tem quem me prove

Às vezes eu penso que sai dos teus olhos o feixe
De raio que controla a onda cerebral do peixe

Se a rede é maior do que o meu amor, não tem quem me prove
Eu caio na rede, não tem quem não caia.....
(Lenine/Lula Queiroga) Posted by Picasa

quarta-feira, novembro 8

Tapestry by Liz

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você não dá
ponto sem nó
ponto cruz
ponto cheio
ponto ajour
jura que não
vive sem nós
mas nunca diz
a que veio
mon amour
nosso enredo enrolado
todo emaranhado
tecido por linhas tortas
foi desfiado
a trama é toda sua
personagem principal
quanto a mim
resta o papel vilão
do ponto final
(Itamar assumpção/Alice Ruiz)

terça-feira, novembro 7

Jaime Vaz Brasil






















Quando a saudade bater
digam que não estou.

Que murchei
Que tenho lepra câncer virose grave
escarlatina lombriga
digam qualquer coisa.

Digam que sumi.

Que troquei de nome.

Que morri de fome.

Que roubaram
o que era meu.

Quando a saudade bater
troquem as fechaduras
coloquem grades na porta.

Mudem o numero
do casulo. Não moro mais lá. Posted by Picasa