domingo, novembro 30

Orlando Pedroso, el Poderoso






Postado às 15:31

A dona deste pezinho charmoso é ela, Eduarda.





sábado, novembro 29


Subi a escada de papelão
Imaginada
Invocação
Não leva a nada
Não leva não
É só uma escada de papelão
Há outra entrada no Paraíso
Mais apertada
Mais, sim senhor
Foi inventada
Por um anão
E está guardada por um dragão
Eu só conheço
Este caminho
do paraíso

(Pedro Ayres de Magalhães, postado no blog da Marcia/Clarinha)

sexta-feira, novembro 28


Canção do dia de sempre

Tão bom viver dia a dia...
A vida assim, jamais cansa...

Viver tão só de momentos
Como estas nuvens no céu...

E só ganhar, toda a vida,
Inexperiência... esperança...

E a rosa louca dos ventos
Presa à copa do chapéu.

Nunca dês um nome a um rio:
Sempre é outro rio a passar.

Nada jamais continua,
Tudo vai recomeçar!

E sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas mãos distraídas...

(Mário Quintana)

quinta-feira, novembro 27


perder tempo
com rosas
óperas

relógios


muda a rosa
muda o relógio

mudam as óperas

e eu aqui

surdo mudo

perdendo tempo
com o mundo


Luiz Antonio Solda em, Kamikase do Espanto

quarta-feira, novembro 26


Akureyri, Islândia -6ºC

by EduKasper, um colorado doente em terras geladas
:o)







terça-feira, novembro 25

Leonard Cohen, Beautiful Losers

O que é um santo? Um santo é alguém que conseguiu realizar uma remota possibilidade humana. É impossível dizer qual é essa possibilidade. Eu acho que tem algo a ver com a energia do amor. O contato com essa energia resulta no exercício de um tipo de balanço dentro do caos de nossa existência. Um santo não resolve esse caos; se pudesse o mundo teria mudado há muito tempo.

Não acredito que um santo dissolva o caos nem para si mesmo, pois há algo arrogante e tipicamente guerreiro na concepção de um homem colocando ordem no universo. Sua gloria é um tipo de equilíbrio. Ele desliza à deriva como um ski solto. Seu curso é a carícia do morro. Sua marca é o acúmulo de neve naquele momento específico, arranjado pelo vento e a pedra. Algo no seu interior ama o mundo de tal maneira que ele se entrega para as leis da gravidade e o acaso. Longe de voar com os anjos, ele traça com a fidelidade de uma agulha de um sismógrafo, o estado da sólida paisagem. Seu lar é perigoso e finito, mas ele esta à vontade no mundo. Ele consegue amar as formas das coisas humanas, as formas finas e tortas do coração. É bom ter entre nós tais homens, tais monstros equilibradores do amor.


Publicado originalmento no blog Obscured by clouds



domingo, novembro 23

Soma de malogros noves fora tudo

Com o desperdício de cores,
selo o fim dos meus amores.
Amor pode ser começo
de si mesmo a cada instante.

Fico no fim que mereço.
Sei que perdi: me apostei
inteiro. Mas aprendi
que não dependo (e ninguém)
só de mim para me dar.

É repartido que posso
vir um dia a merecer
a flama ardendo serena,
que resolve a diferença
entre viver e morrer.
Sei que perdi. Mas ganhei.

Thiago de Mello




sábado, novembro 22

Nosso garoto está na Islândia. Depois, se vai por um ano, de mala, família e cuia para Milão.

A trabalho, of course!



sexta-feira, novembro 21

perguntas
pelas perguntas
exatas
separadas
juntas
perguntas
pelas respostas
trêmulas
vagas
expostas
esta resposta
não é uma pergunta¿





do meu amigo Don Suelda

quinta-feira, novembro 20

Adélia Prado



Uma noite de lua pálida e gerânios
ele viria com boca e mão incríveis
tocar flauta no jardim.
Estou no começo do meu desespero
e só vejo dois caminhos:
ou viro doida ou santa.

Eu que rejeito e exprobo
o que não for natural como sangue e veias
descubro que estou chorando todo dia,
os cabelos entristecidos,
a pele assaltada de indecisão.

Quando ele vier, porque é certo que ele vem,
de que modo vou chegar ao balcão sem juventude?
A lua, os gerânios e ele serão os mesmos
- só a mulher entre as coisas envelhece.
De que modo vou abrir a janela, se não for doida?
Como a fecharei, se não for santa?





quarta-feira, novembro 19


trago na memória dados
tragados e perdidos lagos
repare, bárbara,
desencontros costuram cismas

de ambos os lados.

trazes na lembrança faltas
anseios e metais em riste
repare, bárbara,
é sina demasiada árdua

de ambos os lados.

conforme a perspectiva
descobrir que o lado
é o possí­vel imaginado
e nunca o alinhavado

não há ambos, apenas lado.

um. e o olhar, bárbara,
é o traidor deslavado.
finge, negaceia,
mas se entrega em palavras

as não ditas. pensadas.

em síntese é assunto acabado,
quando a memória é evocada.

esther


¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Ontem foi um dia atípico neste meu singelo cantinho. Tive visitas de várias partes do mundo!!!!
India
Peru
Netherlands (Países Baixos)
Portugal
Estados Unidos
Venezuela
Arábia Saudita
sem contar os brasileiros, claro.
Brasileiros e portugueses costumam visitar-se, não é novidade para mim. Mas o resto deste povo que chegou até aqui, veio atrás do que? Pelo "search" de fotos? ao acaso???
Noooossa, curiosidade mata!




terça-feira, novembro 18



[...]
DA MINHA ALDEIA vejo quanto da terra se pode ver no Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura...

Fernando Pessoa

segunda-feira, novembro 17

Foto: Raimbow by Nikosalpha

às vezes me sinto desnorteado
aqui no hemisfério sul

viro o mapa ao contrário
e nem assim encontro meu norte

claro
meu norte não é geográfico
não é político
nem está no mapa

meu norte é de carne e osso
fala e respira e anda e cala
tomara haja coração que bata
como jorra da minha bússola
o sangue que me norteia

Ewaldo Schleder, publicado no bog do Solda




domingo, novembro 16

Foto: Pixdaus

[...]

En la noche están las maravillas del mundo.
En la noche no están los ángeles guardianes, pero está el sueño.
En la noche estás tú.
En el día también.

Roberto Desnos
El Poder de la palabra






sábado, novembro 15


foto: C.A.Kasper

... por encanto

de tempos em tempos
o mundo me parece ruim.
mas só me parece...

a verdade é que há
tantos outros mundos,
tantos outros cantos
que por encanto
cada mundo traz

(paulo)

sexta-feira, novembro 14

Paula Teitelbaum

Foto: Henri Cartier-Bresson


Lanço pedras
E de quebra
Eu te lembro
Que as sombras
Não demoram
E devoram
Toda sobra
De escombro
Encroado
Nas feridas




quinta-feira, novembro 13


Uma das coisas bonitas de Porto Alegre, que tenho certeza sentirei falta, quando um dia for velha e não puder mais caminhar por aí, vai ser ver jacarandás e guapuruvús floridos durante o mês de novembro, principalmente os da Praça da Matriz.
Acho que foi Zuenir Ventura, quando esteve aqui em Porto Alegre, nesta época do ano, comentar numa crônica, que ficou sem saber se olhava para o alto, pra ver as árvores floridas, ou se olhava para o chão para ver o colorido das flores que caiam e formavam um verdadeiro tapete de pétalas no chão. Realmente ele tem razão: uma beleza ímpar e que só tem oportunidade de ver quem estiver por aqui nesta época do ano.










quarta-feira, novembro 12

Imagem: Victor Brauner/1963


para você
não vou recitar
nada
nem escrever
nada
não vou dizer
nenhuma só palavra
nenhuma palavra só
nem acompanhada
nada
só vou te beijar
e você sentirá
o gosto da minha poesia
pois todas as palavras
estão na ponta da minha língua...

Jr magal

terça-feira, novembro 11



Um dia... pronto!... me acabo.
Pois seja o que tem que ser.
Morrer que me inporta?... O diabo
É deixar de viver!

(Mário Quintana, no livro Espelho Mágico)





segunda-feira, novembro 10


Tela: autor descohecido

Algodão Doce

Todas
as noites, antes de me deitar, eu fico nua e passo uma folha de alfazema pelo corpo. Separo o dedal, as agulhas, os fios e o cetim e começo a remendar os vestidos que vou usar para você. É vestimenta antiga, vem de lá longe, meu tempo de mocinha. Em alguns eu já trabalhei tanto que eles até parecem novos. Tudo pra te fazer feliz. Todas as noites, depois do perfume, eu abro a porta do quarto. Você entra de mansinho, aponta para um daqueles vestidos, eu fico bem bonita, nós saímos de mãos dadas e vamos comer algodão doce na frente da igreja do Bom Jesus. Todas as noites eu faço de conta que você não me deixou. Então pára tudo, pára o relógio, a respiração, o coração. Até o tempo pára, meu amor, esperando que, se um dia voltar, você não note que essas roupas escondem tantos buracos dentro e fora de mim.
Almir Feijó.

(Publicado originalmente no blog do solda)

domingo, novembro 9

Foto: Pixdaus


Eu quero ter admirável paleta.
Pintar o mundo
colorir o planeta.

(Alexis Sauer)






sábado, novembro 8

João Pedro chegou!!


Dia 07, às 23h e12 min.
3 kg e 250gr e com um pé tamanho família!!!


Tem mais fotos dele na maternidade em:
João Pedro chegou





sexta-feira, novembro 7

Foto: Pixdaus



Que rosto é aquele
que o espelho me mostra
no início do dia?

Não é o da menina
que no sono eu via
a brincar de boneca
a criar fantasia.

Não é o da mocinha
que dela se ria,
mas já se escondia
sem jeito, arredia.

Não o da mulher
que das duas brotou,
que muito sonhou,
que filhos criou.

Que rosto é aquele
daquela senhora

que com simpatia

ou sem harmonia
(depende do dia)
me olha nos olhos,
e diz:
Surpresa por quê?

Não nos conhecia?

Celina

quinta-feira, novembro 6

..e à propósito da eleição de Obama


Duas charges copiadas da postagem de hoje, do blog do solda

quarta-feira, novembro 5

terça-feira, novembro 4

Oscar Wilde



Do amor que não se ousa dizer o nome
Basta-me dizer:
Meu

domingo, novembro 2

Foto sem crédito


Assim como a chita barata
que vive a efemeridade
de suas cores
Sigo aproveitando a luz
e expondo minhas flores
Antes que o tempo
que o sol
ou uma moça alheia
me rasgue sem vontade
e eu desbote
e fique feia.

Adelia Danielli

sábado, novembro 1


Embriaguês

Que pena quando a surpresa já não se faz mais presente.
Quando o inusitado já não nos visita.
Quando a sensação que fica no corpo é como a água.
Insípida. Inodora. Incolor.

Que saudade da magia do vinho.
Do sabor forte, do aroma, do gosto inebriante.
Da nostalgia de estar embriagada.

Andrea Bucci, convidada de Aline, na Semana de Convidados do Blog de 7 Cabeças