quinta-feira, janeiro 31


Foto: Henri Cartier Bresson

Neurolinguístíca

Quando ele me disse
ô linda,
pareces uma rainha,
fui ao cúmice do ápice
mas segurei meu desmaio.

Aos sessenta anos de idade,
vinte de casta viuvez,
quero estar bem acordada,
caso ele fale outra vez.

Adélia Prado



quarta-feira, janeiro 30

Tela: Model in Backlight de Pierre Bonnard
;
vem meu rei,
que a cama é pequena
mas o coração é king-size.

Dito por czarina das quinquilharias do Blog de Sete Cabeças

terça-feira, janeiro 29

Verde que te quero verde



































Primeiro, as cores.
Depois, os humanos.
Em geral, é assim que vejo as coisas.
Ou, pelo menos, é o que tento.

(do livro A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS)




E, você sabia que durante o ano de 2007, "Lula, sua esposa, e seus pobres assessores, gastaram em viagens, bebedeiras e comilanças, mais de 76 milhões de reais? É o programa Fome Zero chegando no palácio".

Esta notícia está lá, na A voz do Bugio

segunda-feira, janeiro 28

















RETRATO EM BRANCO E PRETO
Tom Jobim/Chico Buarque

Já conheço os passos dessa estrada
Sei que não vai dar em nada
Seus segredos sei de cor
Já conheço as pedras do caminho
E sei também que ali sozinho
Eu vou ficar, tanto pior
O que é que eu posso contra o encanto
Desse amor que eu nego tanto
Evito tanto
E que no entanto
Volta sempre a enfeitiçar
Com seus mesmos tristes velhos fatos
Que num álbum de retrato
Eu teimo em colecionar

Lá vou eu de novo como um tolo
Procurar o desconsolo
Que cansei de conhecer
Novos dias tristes, noites claras
Versos, cartas, minha cara
Ainda volto a lhe escrever
Pra lhe dizer que isso é pecado
Eu trago o peito tão marcado
De lembranças do passado
E você sabe a razão
Vou colecionar mais um soneto
Outro retrato em branco e preto
A maltratar meu coração




A boneca que finalmente resolveu falar

quinta-feira, janeiro 24

ainda O DIA DO CURINGA

"O tempo não passa, e não é um relógio. Nós passamos e são os nossos relógios que fazem tique-taque. O tempo vai devorando tudo através da história, silenciosa e inexoravelmente. Ele devora civilizações, corrói antigos monumentos e engole gerações atrás de gerações. Por isso é que falamos dos "dentes da engrenagem do tempo": o tempo mastiga, mastiga... e somos nós que estamos no meio de seus dentes".

terça-feira, janeiro 22

...e porque estou fora de casa

lá vai mais uma do livro DIA DO CURINGA:

"Tudo parece tão planejado, tão bem pensado e tão organizado... Acho que somos cartas num monte e não conseguimos ver quem ou o que decide se vai nos virar sobre a mesa ou se vai nos deixar no monte..."

sábado, janeiro 19

... e porque hoje é sábado, nada como regá-lo com amor, dvd's e champanhe!





"Quando morre alguém que nos sonha, morre uma parte de nós"
Unamuno, Miguel

sexta-feira, janeiro 18

Gosto de gatos

mas não sou indiferente a um olhar igual a este daí: ela se chama Lara Bauler e é uma fofura!

quarta-feira, janeiro 16


ESQUECIMENTO


Então a memória nos trai

E a antiga vida principia a desaparecer.
Algumas palavras.
Alguns sons.
Alguns cheiros.

E tudo o que parecia indivisível
desvanesce por inteiro.

Então a lembrança nos distrai.

E as vozes não nos chamam mais.
E o futuro se reveste de paz.

E então
o passado não mais nos atrai.

E nem mesmo o presente.
(sente!)

E tudo é só bruma e névoa e esquecimento.
Pezinhos de crianças em calçada de cimento.

da cabeça de Moacir







Antes era assim...




Agora ficou deste jeito. Graças à conscientização de alguns porto-alegrenses em preservar prédios antigos.

terça-feira, janeiro 15

avesso

Eu tenho uma falha mecânica nos olhos
e um metal enferrujado no joelho.
Tenho cartas específicas nas mangas
e uso colete à prova de balas de hortelã.
Eu sou o destinatário
das enormes e lacradas cartas que eu não remeto.

Márcia Carneiro, da série POEMAS NO ÔNIBUS, 15ª edição




e isto é que eu chamo de criatividade e de um bom gosto sem fim...
É cria de AZI Atelier de Criação








Editorial

Fragmentos de textos do escritor José Joaquim Campo Leão, o Qorpo Santo, compõem o espetáculo Diálogos de um Loqo, que esteve em cartaz neste último fim de semana no Teatro do Sesc/Porto Alegre.

Seis personagens integram a peça, que recria a atmosfera poética do autor sob a ótica de Paulo Bauler e a direção e a atuação de Marcos Barreto. O espetáculo mostra um pouco desse louco, desse Quixote, desse ser que em alguns momentos se faz chapliniano, que encontra ternura e humanidade na tragédia.




A foto da semana


Sim, porque não vou conseguir uma foto melhor que esta nos próximos dias.
Por isto ela é minha foto da semana!

segunda-feira, janeiro 14

Luiz Antonio Solda, o poeta da hora

Foto: Henri Cartier Bresson

triste poesia que nasce
como se eu
me embaraçasse
pela chuva
na janela

como se a chuva
esperasse
que a espera
parasse
que o vidro embaçasse
num trem
pra montparnasse

domingo, janeiro 13


















Eu vou tirar do dicionário
A palavra você
Vou troca-lá em miúdos
Mudar meu vocabulário
e no seu lugar
vou colocar outro absurdo
Eu vou tirar suas impressões digitais
da minha pele
Tirar seu cheiro
dos meus lençóis
O seu rosto do meu gosto
Eu vou tirar você de letra
nem que tenha que inventar
outra gramática
Eu vou tirar você de mim
Assim que descobrir
com quantos "nãos" se faz um sim
Eu vou tirar o sentimento
do meu pensamento
sua imagem e semelhança
Vou parar o movimento
a qualquer momento
Procurar outra lembrança
Eu vou tirar, vou limar de vez sua voz
dos meus ouvidos
Eu vou tirar você e eu de nós
o dito pelo não tido
Eu vou tirar você de letra
nem que tenha que inventar
outra gramática
Eu vou tirar você de mim
Assim que descobrir
com quantos "nãos" se faz um sim

Itamar Assumpção/Alice Ruiz




sexta-feira, janeiro 11

Tela: Jiri Borski


ando com a cabeça cheia
penso por demais da conta
olha que a coisa tá feia
a qualquer hora alguém te apronta

tantas pontas desatadas
rolos que não tem mais fim
não dá pra saber de tudo
nada é tão claro assim

ando com a cabeça cheia
é melhor esvaziar
o que pesa mais é o sonho
e no pensamento ele não tem lugar

quem precisa de problema
ainda mais sem solução
de problema desse tipo
eu já tenho coleção

ando com a cabeça cheia...

poema: Alice Ruiz



quinta-feira, janeiro 10


...

"um curinga é um pequeno bobo da corte; uma figura diferente de todas as outras. Não é nem de paus, nem de ouros, nem de copas e nem de espadas. Não é oito, nem nove, nem rei e nem valete. É um caso à parte; uma carta sem relação com as outras. Ele está no mesmo monte das outras cartas, mas aquele não é seu lugar. Por isso pode ser separado do monte sem que ninguém sinta falta dele".

do livro O dia do Curinga, de Jostein Gaarder



Tela: Itzack Tatarkay

Sweetness, sweetness, I...

E quanto a mim,
Você pode sempre saber meu humor pelo adoçante do cafezinho.
Quando estou amarga de verdade,
Sempre opto pelo mais cancerígeno.

dito por czarina das quinquilharias

quarta-feira, janeiro 9


Enquanto ela - o furacão da hora - esbanja charme, beleza e poder - sim, ela pode, e como pode... em Euros, de preferência - nós, do lado de cá do video ficamos, homens e mulheres, babando literalmente com toda sua desenvoltura no trato de seu metier.
Ela é tão linda que se por acaso passarmos por um espelho logo após tê-la visto, levamos um susto! "Creeeedo! Como sou feia", certamente é a conclusão que chegamos. "Esta daí não sou eu!" E se o espelho for daqueles que aumentam, com certeza uma crise histérica se instala. "Este pescoço não me pertence!!!" e por aí vão nossas tentativas de nos convercermos. Recomendo ficarem um bom tempo sem se mirarem em espelhos após conviverem com a imagem da super, über model La Bündchen, para evitar uma grave crise de baixa auto-estima.




Foto da minha amiga Karen Formhel, La Rubia in Spain


Distância.
E poeira.
E pernilongos.
E calor a noite inteira.

Distância.
E saudade.
E poeira.
E eu... só metade!

Distância.
Matadeira.
Distância.
E poeira.

E bem-aventurados os que estão longe,
pois deles é o Reino do Esconde-Esconde.


ROLIM MOURA, de Moacir Caetano

terça-feira, janeiro 8


Assisti O AMOR NOS TEMPOS DO CÓLERA. Claro, não chega nem aos pés do livro e nem poderia. Mas, com sinceridade, gostei do que vi. Imaginei Florentino Ariza bem mais feinho que Xavier Barden, que aliás, estava ótimo, impecável. Acho que faltou mais brilho ao personagem Juvenal Urbino, marido de Firmina. Lembro quando li a história até achei que Fermina fez bem em casar com ele pois foi um homem e tanto. Quem não leu o livro teve uma boa idéia do que é a história de García Marquez. Se gostou do que viu, re-co-men-do ler o livro. Daí, sim vai comprovar o que disse: é uma história muito linda.



















Foto: BrainPain

melhor voar,
e ser Ícaro,
do que guardar umas asas
cheias de ácaros.

czarina das quinquilharias

segunda-feira, janeiro 7









































E estas duas peças de colagens são de Joseph Cornell, do Joseph Cornell Box







Ele não tem pressa


Insatisfação


Maravilhas do cartunista OSWALDO MIRANDA, o Miran






Tela: William Blake


o começo
e o fim
são aqueles
dois pontos
onde entramos
e saímos
da brincadeira

Ciranda
ROGERIO SANTOS


sexta-feira, janeiro 4

Tela: Rembrandt
If I were a painter
And could paint a memory
I'd climb inside the swirling skies to be with you
I'd climb inside the skies to be with you
(Norah Jones - Painter Song )





Ainda Wisnik...


Sem você
até o fim
Com você
até o fim de mim
E ver o sol
iluminar
Até esconder
O que é o amor
E o que é morrer?





Então porque não se tocar?
Abrir a porta e entrar
Achar o ouro e entregar.
Venha mesmo sem
Saber muito bem
Que se for pra saber
Não sobra ninguém

(Par ou ímpar - José Miguel Wisnik)

quinta-feira, janeiro 3




















sempre tão perto de você
e há tanto tempo sem te ver
sinto você no vento
vejo você por dentro
e eu sem você
o pensamento faz sentir
pode criar e destruir
pesadelo medonho
ou inventar um sonho
para seguir
segui tanto sonho até acreditar
no instante maior que essa vida fugaz
te ver é vertigem, pensar é miragem
se o tempo parasse guardava essa imagem
mas ele acabou de passar
se existiu eu já não sei
se foi real ou viajei
se foi o meu desejo
que viu e eu não vejo
eu te inventei
sempre tão perto de você...

(Virtual - José Miguel Wisnik/Alice Ruiz)

quarta-feira, janeiro 2

Dois livros que se transformaram em filme e que estão em cartaz:


O amor nos tempos do Cólera
(Love in The Time of Cholera, EUA, 2007)

Florentino Ariza (Javier Bardem), poeta e telegrafista, encontra o grande amor da sua vida ao ver Fermina Daza (Giovanna Mezzogiono) na janela da casa do pai dela. Escrevendo cartas apaixonadas, aos poucos, Florentino conquista o coração de sua amada, mas o pai da moça fica furioso quando descobre o romance e jura afastá-los para sempre. Fermina, então, é obrigada a casar com o sofisticado aristocrata dr. Juvenal Urbino (Benjamin Bratt). Ele a leva embora para Paris por vários anos e, quando voltam a morar em Cartagena, ela ainda pensa em seu primeiro amor. Florentino também não a esqueceu. Tornou-se um rico proprietário de barcos, com muitas amantes, mas seu coração ainda bate por Fermina.



Direção: Mike Newell
Elenco: Javier Bardem, Benjamin Bratt, Patricia Castañeda, Angie Cepeda, Hector Elizondo, Laura Harring, Fernanda Montenegro, John Leguizamo, Ernesto Leszek, Marcela Mar.
Duração: 141 min.


O Caçador de Pipas

( The Kite Runner, EUA, 2007)

Dirigido por Marc Forster, o mesmo diretor de Código Da Vinci



















Ainda não fui assistir nenhum dos dois. Já li, é claro, O amor nos tempos do cólera há muito tempo atrás. Aliás, reli várias vezes pois García Marquez é mestre neste tipo de história. Ninguém como ele consegue misturar drama e comédia com tanta propriedade. Você ri às gargalhadas diversas vezes lendo as aventuras do pobre Florentino Ariza, loucamente apaixonado por Fermina Daza.
Quando terminei de ler O Caçador de Pipas, fiquei vários dias com um nó no gogó. Foi uma das histórias que mais me tocou. Estou temerosa de que os filmes não consigam passar a mesma emoção. Lembro quando fui assistir A casa dos Espíritos, baseado no livro de Izabel Allende. Foi decepcionante. Às vezes penso que melhor é ficarmos com as cenas que nossa imaginação criou. Mas enfim, acho que vou correr o risco...



















Isto é o que eu chamo de um olhar de respeito!
É assim que eu pretendo ficar de olho neste 2008: pronto para dar meu pulo!

Esta foto foi publicada no blog zoobizarro


Livros,


presentes sempre bem-vindos!


e por falar em livros e escrevinhadores, Bauler está na praça. Não exatamente na praça mas nos palcos, no PORTO VERÃO ALEGRE, com Diálogos de um louqo, de 11 a 13 de janeiro, interpretado pelo ator gaúcho Marcos Barreto, cujo roteiro é de Bauler






terça-feira, janeiro 1


O ano pode ser novo.
Mas a dor é velha. Como sempre.


Tá lá, no blog do solda
...e a foto é minha


e esta também