quinta-feira, maio 15

























BEIJA SUAVE A MINHA NUCA

...


"demorei a entender que és mulher

e carregas outonos na nuca"

Luiz Felipe Leprevost, em Ode Mundana


[...]

Um dia, li os versos epifânicos,

do amigo solar — profeta

sem saber —

que há em mim apenas outonos

para esfriar verões de acordes...

e o amigo do amigo solar

nem sabe,

do mantra que eu repeti meses a fio,

a caminhar por ruas e corredores e

antes de adormecer, recitando suave

como prece:

beija suave a minha nuca!

beija suave a minha nuca!

beija suave a minha nuca!...

de outonos adornada... e a pinta recém-nata,

gota de meu coração que vazou sobre a pele,

ou um prêmio extra que trouxe destas noites

em que adentro oceanos estranhos

e te procuro entre as estrelas naufragadas.


(Ane Fiúza, do livro Noir)












Um comentário:

Anônimo disse...

acho que houve um pequeno equívoco. o livro noir é de autoria de bárbara lia.