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A minha Casa é guardiã do meu corpo
E protetora de todas minhas ardências.
E transmuta em palavra
Paixão e veemência
E minha boca se faz fonte de prata
Ainda que eu grite à Casa que só existo
Para sorver a água da tua boca.
A minha Casa, Dionísio, te lamenta
E manda que eu te pergunte assim de frente:
À uma mulher que canta ensolarada
E que é sonora, múltipla, argonauta
Por que recusas amor e permanência?
Três luas, Dionísio, não te vejo.
Três luas percorro a Casa, a minha,
E entre o pátio e a figueira
Converso e passeio com meus cães
E fingindo altivez digo à minha estrela
Essa que é inteira prata, dez mil sóis
Sirius pressaga
Que Ariana pode estar sozinha
Sem Dionísio, sem riqueza ou fama
Porque há dentro dela um sol maior:
Amor que se alimenta de uma chama
Movediça e lunada, mais luzente e alta
Quando tu, Dionísio, não estás.
[...]
Hilda Hilst
6 comentários:
liz!
saudades daqui... um feliz ano para você!
beijos,
karen
http://www.desedium.blogspot.com/
Bela poesia e, adorei as borboletas, viu!
Hola, Liz!
Te vi no Solda e resolvi adentrar em teus cyberspaço para lhe apresentar o nosso coletivo poético:
http://poeteias.blogspot.com/
Faça uma visitinha!!!
Ricardo Pozzo
Há um erro de digitaçãonesse poma do Hilda, há não?
RP
" A minha casa é Guardiâ do meu corpo..."
Lindo...!!!
Gostei.
Bjs
G.J.
Guardiã do corpo e da alma.
lindo dia flor
beijos
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