domingo, agosto 26

ISSO: VERSO E REVERSO









quando te olhei, procura minha
olhos-mira desviados do foco
mãos estendidas num sem toque
sem tato eu e você, coisa-caso.

sentados costa-a-costa no inverso
de um encontro mudo sem sentidos
meu corpo em pulsação arrítmada
vejo-o desviado-esquivo, agora-sempre

é o que te sinto, frio e pálido, meu desejo
e seus pés lisos, cera pálida, pele fina
meus lábios-olhos-espelho, brilho transfixo
querendo apenas corpo e sangue corrente

porque te quero sem justificativas possíveis
e te desejando me perco para o nunca
meu mistério provérbio tragicômico
medo de perder-me neste quase escuro.

(luiz fernando calaça de sá junior)

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