segunda-feira, janeiro 8

No fundo





Ouso matar os anos
e viver a última estação
da obra
de um homem.

Ouso mudar os planos
e morrer na primeira fração
da sobra.
E sumir...

No fundo mais fundo mais branco do tempo
ouso viver naquele azul desabitado.
No mundo de dentro me engendro, e pronto:
invento o mundo num aquário azulado.

Ouso contar as horas
e perder o tempo de parar
agora...
pra sempre...

Ouso criar histórias
e viver a história do lugar.
Do tempo
da gente.

No fundo mais fundo mais branco do tempo
ouso viver naquele azul desabitado.
No mundo de dentro me engendro, e pronto:
invento o mundo num aquário azulado.

(Dani Morreale/Renato Villaça)

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