segunda-feira, junho 11

Goya vem aí!

Luis Fernando Veríssimo deve estar preparando uma bela recepção ao próximo expositor do MARGS . Nada mais, nada menos que o ilústre Francisco de Goya y Lucientes(1746-1828), pintor espanhol e um dos grandes nomes da História da Arte.
Sim, porque quem leu a série "Traçando", principalmente Traçando Madrid, vai lembrar que ninguém mais que o fantasma de Goya acompanhou LFV e sua troupe em uma de suas visitas à Madrid. Só mesmo Veríssimo para mesclar arte e uma viagem de turismo de uma maneira tão genial como o fez em Traçando Madrid, acompanhado pelo fantasma de Goya e nos brindar com diálogos imperdíveis.
E voltando à exposição de Goya, ela acontecerá no MARGS, de 15 de junho a 15 de julho com mais de 200 estampas que mostram o lado cronista de Goya.

Para ilustrar este post transcrevo abaixo um trecho do diálogo entre LFV e o fantasma de Goya sobre uma das famosas obras de Goya: a Maja retratada duas vezes, vestida e nua.


Maja vestida
...
" a minha Maja nua era um escândalo". Não existia uma tradição de nús na pintura espanhola, como existia na italiana, por exemplo. "Existia a Vênus de Velázques, mas aquilo era mitologia. Minha Maja não era uma alegoria. Sua nudez não representava nada além dela mesma". Conto que vi a Maja nua descrita como o primeiro nú feminino em tamanho natural totalmente profano da arte ocidental e Goya concorda com um sorriso largo. " É isso. Eu sei disso. E mais: ela sabe disso. Veja o olhar dela. Ela sabe que é a primeira mulher nua sem rodeios, ornamento ou dissimulação da história da arte e o seu olhar desafia a nossa reprovação ao mesmo tempo que nos convida a admirar sua nudez. Ela não é "um nú". É uma mulher despida, o que é diferente. Eu a pintei primeiro vestida para que isso ficasse claro. É uma mulher que tirou a roupa para você. Ou você tirou a roupa dela. Isto nunca tinha sido visto antes". Goya enlaça o meu braço e pede: "Me fale dos seios dessa Ursula".

(Traçando Madrid, Luis Fernando Veríssimo, pag. 38 e 39)



Maja desnuda



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