sexta-feira, outubro 10

De Mário Quintana para Érico Veríssimo


Havia uma escada que parava de repente no ar
Havia uma porta que dava para não se sabia o quê
Havia um relógio onde a morte tricotava o tempo

Mas havia um arroio correndo entre os dedos
buliçosos dos pés

E pássaros pousados nas pautas dos fios do telégrafo

E vento!

O vento que vinha desde o princípio do mundo
Estava brincando com teus cabelos

Um comentário:

Cynthia Lopes disse...

Lindo, o que havia, de importante, era simplesmente o momento do vento brincando nestes cabelos, dos pássaros, dos dedos brincando na água! Não conhecia, achei realmente lindo.