sexta-feira, dezembro 15

Os gatos da tinturaria













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No vasto chão da tinturaria,
xadrez sem fim,
por onde os ruídos
atropelam a geometria,

os grandes gatos abrem compridos
bocejos, na dispersão vazia
da voz feita para gemidos.

E assim proclamam a monarquia
da renúncia, e, tranqüilos vencidos,
dormem seu tempo de agonia.

Olham ainda para os vestidos,
mas baixam a pálpebra fria

(Cecília Meireles)

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