Ela desatinou
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Cantante Flamenco de
Sonia Delaunay, 1916
MNBA - Buenos Aires
Ela desatinou,
viu chegar quarta-feira
acabar brincadeira,
bandeiras se desmanchando
e ela inda está sambando
Ela desatinou,
viu morrer alegrias,
rasgar fantasias
os dias sem sol raiando
e ela inda está sambando
Ela não vê que toda gente,
já está sofrendo normalmente
toda a cidade anda esquecida,
da falsa vida, da avenida
onde ela desatinou,
viu morrer alegrias,
rasgar fantasias
os dias sem sol raiando
e ela inda está sambando
Quem não inveja a infeliz, feliz
no seu mundo de cetim, assim,
debochando da dor, do pecado
do tempo perdido, do jogo acabado...
(Chico Buarque de Hollanda)
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